
Sabe que ando um pouco afastada do blog, talvez porque andam acontecendo tantas coisas e eu me perdi no caminho até aqui. Sinto falta de escrever, relatar minhas melhores sensações, me emputecer e jogar tudo aqui pra que todos leiam atentamente.
Talvez receber atenção não seja algo do qual eu esteja precisando no momento. Eu preciso de gente. Sempre precisei. Mas acima de todos, preciso de mim mesma. Preciso me resgatar a cada tombo levado, a cada caminho mal andado. A gente tem o belo costume de refletir sobre os fatos, mas dificilmente os analisamos como deveríamos. Esperamos que algo caia do céu e nos dê a resposta que precisamos ouvir.
Por tanto tempo me vi sozinha, cresci sem amiguinhos. Hoje sei como é tê-los. Amo cada um, não só meus amigos, mas todos aqueles que passaram por aqui, deixaram um pedaço de si e levaram outro de mim. Gosto de vê-los distante, traçando seus objetivos sem aquela dependência doentia de que não conseguimos caminhar sozinhos.
É certo que não conseguimos viver por muito tempo com a pessoa que somos, mas tudo que temos dependeu de nós pra estar aqui ou não. Todas as pessoas que temos estão aqui porque nós fomos suportáveis, soubemos dosar nossa personalidade pra não se tornar um encosto. Somos dignos de ter pelos menos dois ou três aplaudindo a nossa vitória.
Ser digno é levantar todos os dias e agradecer a vida por nos ter dado sempre novas oportunidades, dias melhores, manhãs mais completas. Por ter nos presenteado com o dom da conversa, do bom papo, o dom do toque, o dom de sentir. Sentir as vibrações positivas, sentir o abraço, a sinceridade no sorriso. Por ter nos aguentado por todos esses anos sem nos tapear até nos arrependermos de tudo de ruim que fizemos. Por ter nos feito chorar quando devíamos vibrar, por ter nos feito rir quando devíamos calar.
Foram esses pequenos deslizes da vida que formaram a grande pessoa que somos.
E se ainda preservamos aquele que nos tornamos em tempos ruins, seremos sempre melhores em tempos bons. Porque a gente é feito de pó, pedra, cinza. E todas essas coisas ruins conseguiram originar a matéria que hoje está a se manifestar. O corpo que hoje se põe a gritar, chorar, pular, amar, sonhar! SER. Acreditar.


